Desde muito cedo tive a responsabilidade de trabalhar com Adolescentes e Jovens na Igreja. Eu comecei a liderar um Clube de Desbravadores com os meus dezoito ou dezanove anos de idade; um cargo que parecia além de minha idade, capacidade ou experiência; mas, de certa forma eu transmitia a imagem de ser responsável a ponto de poder fazer esse trabalho; e eu fiz, estudando, aprendendo e aplicando com todos.

Mas, uma das coisas que mais me entristece é ver “os meninos” que crescemos juntos, acampamos juntos..., outros que eram de localidades diferentes mas que sempre dávamos um jeito de estar juntos nas actividades em Igrejas, acampamentos, passeios... hoje distantes. Distantes, digo, de nossa comunidade cristã, distantes da igreja e esquecendo dos princípios que sempre guiaram a nossa vida. Nós éramos muitos felizes e cada lição da bíblia era para nós uma verdade que acreditávamos e vivíamos.

Às vezes me pergunto: há alguma coisa errada com as lições de casa que nossos pais cristãos nos ensinaram ou os tantos sermões e conselhos que escutamos de nossos pastores e líderes?

Pense comigo: quando você vê um Jovem, que cresceu nos caminhos de Deus, abandonar tudo em nome da fama – tornar modelo, jogador, actor, artista – o que eu, que fui um irmão na fé, um líder, um conselheiro, poderia dizer ou desejar!?

“Boa sorte e que Deus o abençoe“? “Lute pelos seus sonhos, Deus é contigo“? “Você consegue“?

Eu seria chamado de atrevido se intrometesse na escolha da vida de quem quer que fosse, porque isso é uma escolha pessoal, não é problema meu, mas sucessos eu não desejaria. Não posso desejar sucessos, aplaudir, torcer a favor se eu sei que caminhos são esses! Me recuso a aplaudir. Falo de coração e sem remorsos.

Um dia eu falei para alguém que “se o topo do mundo não for o Céu, eu não quero estar lá.” Se pro final da carreira, o caminho apenas me levaria para um lugar que não é eterno, me recuso a subir no pódio.

A outra verdade dessa história é que o nosso coração, o coração dos líderes que trabalham para que nossas crianças, nossos adolescentes e jovens continuem nos caminhos de Deus, dói; dói na alma, porque o nosso desejo é que as lições nunca sejam esquecidas e que sejam o nosso alimento a cada dia para nos manter afastados de tudo aquilo que corrompe os nossos ideais, os princípios de nossa fé e, consequentemente, nosso próprio carácter.

Estarei apenas orando para que não vão tão longe, sob as luzes e aplausos do mundo, que não possam mais voltar pra casa, pra igreja, o único lugar onde tudo fará sentido e traz realizações e alegrias eternas.

O aplauso do mundo é efémero!
As luzes do mundo se ofuscam!
E a fama dura apenas momentos!

Lembrem-se do caminho eterno e não esqueçam disso: tudo o que aprendemos juntos é uma verdade que não pode ser negada, mesmo que os conceitos de homens de nossos tempo tentem argumentar contrariamente; só há verdadeira alegria e é ao lado de Jesus, e fim. 

Eu oro por todos vocês, todos os dias, onde quer que estejam. E a minha maior alegria é que um dia estejamos todos juntos, como quando juntos começamos!