De repente um vírus aparece e...
Já não há mais palcos, não há mais shows,
Já não há mais espectadores, nem holofotes,
Seu carro na garagem,
Seu diploma na gaveta,
E seu dinheiro? Esse,
Talvez pra comprar comida e não morrer antes do seu vizinho pobre.
Já não há mais passarelas, não há mais glamour,
Já não há mais exibições, nem troféus,
Suas roupas no guarda-roupa,
Seus adornos guardados,
Seus salto-alto? Esses,
Enfileirados... Ou talvez os use para desfilar em casa,
Não é um desejo,
Ninguém mereceu morrer por um vírus,
Mas talvez a vida precisou nos dar um tapa na cara para entendermos que,
O nosso dinheiro,
O nosso diploma,
O nosso status social,
O nosso cargo,
O nosso emprego,
A nossa vida boa,
Nada é...
Não vive se achando o mais poderoso, rico, dono do mundo? Faça algum milagre agora! Use esse seu "poder" e nos liberte deste isolamento...
Agora o palco é a sala-de-estar, ou talvez a varanda de sua casa,
A passarela, seu corredor, ou talvez o terraço de sua mansão,
O gabinete?
talvez o quarto de hóspede,
Já não há mais secretária, "minin di mandadu", seu escravo,
Dentro de casa,
Perto da família,
Com tempo de sobra,
Talvez seja onde precisou ficar, por uma quarentena obrigatória, para conversar mais, escutar mais, dar/doar mais...
Engolir seu orgulho,
Sua ganância,
E esse espírito de cão,
Fique em casa,
Valorize o mais importante,
E que depois disso tudo,
tenhamos aprendido alguma coisa...
ICR,